RESENHA: Mosquitolândia

12:40

“Meu nome é Mary Iris Malone, e eu não estou nada bem.” 



Após o inesperado divórcio dos pais, Mary Iris Malone (ou simplesmente Mim - acrônimo criado por ela) é arrastada de sua casa em Ohio para o árido Mississippi -também conhecido como Mosquitolândia- , onde passa a morar com o pai e a (má)drasta. Passa, também, a ser medicada - ela toma um remédio chamado Abilitol (contra a sua vontade, claro), receitado por um psicólogo, a pedido de seu pai, para "prevenir" que Mim venha a sofrer de depressão (mal que acometeu Isabel - tia a quem a protagonista endereça as várias cartas que escreve). Porém, antes mesmo de a poeira da mudança baixar, ela descobre que a mãe está doente e foge de sua nova vida, embarcando em um ônibus, apenas acompanhada de sua adorada mochila Jansport, a qual encheu com uma garrafa d'água, produtos de higiene pessoal, roupas, remédios, o batom-amuleto para a "maquiagem de guerra", lenços removedores de maquiagem e um pacote de um pacote de batatinhas chips - além do dinheiro que Kathy (a madrasta) acreditava estar bem escondido - com destino a seu verdadeiro lugar: o lar de sua mãe.

Nessa jornada, acaba encontrando alguns companheiros de viagem "interessantes": Carl (o motorista), Arlene (uma fofa senhora que está indo visitar seu sobrinho), o "Homem do Poncho", Walt (um menino com Síndrome de Down que adora coisas brilhantes), Caleb (um garoto agressivo e estranho) e Beck(o garoto da poltrona 17c, por quem ela se encanta!). 

Um acidente de ônibus muda o rumo de toda a história. 

Numa mistura de young adult com sick lit, Mosquitoland (Mosquitolândia, em português) traz uma narrativa caleidoscópica e inesquecível sobre as dificuldades do dia a dia e o que fazemos para enfrentá-las. Uma verdadeira Odisséia contemporânea.



A história me cativou, principalmente, por 3 motivos:

01) A escrita de David Arnold. Leve, geek e engraçada. Você se envolve na trama sem nem sequer se dar conta.
02) Nossa heroína: Mary Iris "Mim" Malone - personagem MUITO cativante, com quem, devo admitir, me identifiquei em vários aspectos.
03) A quantidade de quotes incríveis espalhadas pelo livro!!! 

Alguns exemplos:

- "Uma coisa só tem validade depois que é dita em voz alta."

- "Então preciso escrever, porque, às vezes, escrever uma coisa é uma boa maneira de lidar com um problema."

- "Sabe, quando eu era mais nova, achava que, se vivesse o bastante, entenderia melhor as coisas. Mas agora sou uma senhora, Mim. E juro que, quanto mais eu vivo, menos as coisas fazem sentido." 

- "Ele desafia meu espírito enquanto conforta todo o resto. Beck está me ensinando a ser alguém melhor, e, quando a gente encontra alguém que desperta esse tipo de inspiração, não larga mais."


E a minha favorita:

- "Sou uma coleção de esquisitices, um circo de neurônios e elétrons; Meu coração é o dono do circo; Minha alma, o trapezista, e o mundo, minha platéia. Parece estranho porque é estranho. E é estranho porque sou estranha."

Com certeza Mosquitolândia merece o Selo Lariteratura de qualidade 


FUN FACT: A Editora intrínseca realizou uma "entrevista" com a Mim!!! Confira no link: 

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