[ADAPTAÇÕES] A garota no trem
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O livro de Paula Hawkins, publicado pela Editora Record em 2016, foi adaptado para os cinemas no mesmo ano, com uma atuação fantástica de Emily Blunt como protagonista. A narrativa de Paula é extremamente inteligente e cheia de reviravoltas.
Em um thriller digno de Hitchcock, somos apresentados à Rachel, cuja vida estagnou-se. Diante das decepções que a vida lhe reservou, ela se entrega ao vício e torna-se uma alcoólatra, perde o emprego, e, atualmente, mora de favor na casa de uma colega.
Tudo o que lhe restou foram lembranças de um passado feliz que foi destruído por causa de uma traição. Rachel se culpa por seu casamento ter dado errado e se tortura bebendo, tendo apagões causados pelas bebedeiras e sonhando com o futuro que ela e Tom, o ex marido, poderiam ter vivido (e que ele, agora, vive com Anna, sua ex amante e atual esposa, na casa que uma vez foi dela).
Seus dias são todos iguais, ela acorda (de ressaca), pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres, numa tentativa de despistar sua companheira de apartamento, bebe e se tortura pensando no que Tom, estaria fazendo com sua Anna e sua filhinha. O que a levava a aparecer, ocasionalmente, na sua antiga casa ou ligar para ele, implorando que um pouco de atenção de seu ex.
Como forma de "distração", Rachel, que considera o arrastar trepidante pelos trilhos parte de sua rotina, aprecia o percurso, que ela conhece de cor, considerando-o um hipnotizante passeio de galpões, caixas-d'água, pontes, casebres e aconchegantes casas vitorianas, começou a observar a casa de número 15, situada em uma das paradas que o trem faz e acaba obcecada com seus belos habitantes - a quem chama de Jess e Janson, mas na verdade são Megan e Scott, Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal.
Ao descobrir que Megan está desaparecida, ela resolve se envolver na investigação, tanto por acreditar que tem informações importantes para ajudar a desvendar o caso, uma vez que viu, dias antes, pela janela do trem, uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem, quanto por ser motivada por um desejo interior que nem ela própria consegue compreender.
Rachel acaba, então, não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos.
O filme é bem fiel ao livro. A história parece um quebra-cabeças cujas peças foram arrastadas pelo vento e que pouco a pouco estão conseguindo se reunir, através da mudança de ponto de vista da narrativa entre Rachel, Megan e Anna.
Recomendo!
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