RESENHA: O doador de memórias

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Escrito por Lois Lowry e publicado pela Editora Arqueiro, The Giver (O doador de memórias, em português), é uma distopia comovente e surpreendente.


Lois nos apresenta a uma sociedade utópica, na qual não há desigualdade, violência, preconceito, sofrimento ou guerras. Mas, para que tal estabilidade fosse alcançada, também foram eliminadas as emoções, as cores, os animais, a música, a diversidade e a busca pela felicidade e ideais próprios. Os anciãos cuidam para que a estabilidade reine na pequena comunidade e, assim, a vida funciona de maneira pacata, estável e perfeita.

Uma grande cerimônia designa cada criança, ao completar 12 anos, ao posto que deverá assumir na vida adulta. Começando, assim que possível, o treinamento para se tornar mais uma engrenagem daquele mecanismo social sistemático e eficiente.


Quando chega a vez de Jonas passar pela cerimônia, algo parece errado. Eles o pulam. Porém, ao final, o garoto descobre que será o próximo Receptor de memórias, profissão um tanto quanto misteriosa, exercida por uma única pessoa e considerada uma grande honra.






O Receptor é o responsável por guardar todo o conhecimento – para os demais só existe o presente, mas, a partir do momento em que o atual receptor começa a passar suas memórias, Jonas toma conhecimento de todo um passado complexo (igualmente fascinante e doloroso), pois lhe é revelado tudo o que eliminaram da sociedade.


Uma das minhas partes favoritas acontece logo no primeiro dia de trabalho de Jonas, quando o garoto tem um grande impacto com a primeira memória que lhe é transmitida, onde pode ver a neve, não mais existente pois até a natureza e o clima são controlados de modo que o equilíbrio e normalidade prevaleçam.


Na medida em que vai adquirindo conhecimento, Jonas percebe o quanto os anciãos têm escondido da sociedade com o objetivo de mantê-la sob controle, descobrindo que tal utopia, é uma verdadeira distopia. Assim, o jovem deixa de tomar as injeções matinais obrigatórias a todos, e adquire, aos poucos, a capacidade de ver as cores de seu mundo, e então decide compartilhar parte de suas descobertas com Fiona, sua melhor amiga, por quem descobre estar apaixonado.



Ao se confrontar com o grande dilema de libertar ou não sua comunidade das mentiras e limitações impostas pelos anciãos, Jonas decide que, apesar de toda a negatividade que presenciou através das memórias, as pessoas merecem a experiência única que é uma vida com sensações e sentimentos. Os anciãos notam que o jovem começa a alterar a ordem das coisas a seu redor, mas decidem intervir tarde demais; ele consegue passar os limites da comunidade, e agora o destino de todos está em suas mãos.


FUN FACT: A primeira edição, lançada em 1993 com o título “O doador”, tradução exata do original, caiu no esquecimento com facilidade. Então, em 2014, Hollywood nos apresentou a adaptação cinematográfica, com Meryl Streep, Taylor Swift, Brenton Thwaites e Jeff Bridges no elenco e a história virou um sucesso.

O doador de memórias é o primeiro de quatros livros, em uma série chamada de "O quarteto - O Doador". O segundo e o terceiro livros já foram lançados no Brasil, sob os nomes de A escolhida e O mensageiro. Cada livro tem um protagonista diferente, mas possuem cruzamentos em determinados pontos pois acontecem na mesma era futurística.

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