RESENHA: A megera domada

20:08



Shakespeare é um de meus autores favoritos, (como citado no post de Julho sobre meus 15 autores favoritos) e A Megera Domada é meu conto shakespeariano favorito, por ser um uma comédia descontraída com personagens marcantes.


A personagem principal, Catarina, filha de Batista e irmã mais velha de Bianca, é uma mulher bonita, porém dona de um gênio muito forte, inquieta e feroz características que despertam pavor nos homens e lhe rendem apelidos tais como "diaba" ou "língua de cobra". Enquanto a doce Bianca tem diversos pretendentes amorosos que fariam de tudo para ter a sua mão. Porém, como manda a tradição, a filha mais velha deve se casar primeiro, e Catarina não tem pretendentes, Batista promete que só irá dispor a mão de Bianca se um cavalheiro tomar a mão de Catarina.



Bianca, sempre romântica, ressente-se com a atitude do pai, pois acredita que seja extremamente improvável que algum homem se dispusesse a conviver com a "megera" de sua irmã. 



Porém, com a chegada de Petrucchio à cidade, milionário disposto a aumentar sua fortuna, o escândalo é resolvido. Seus amigos falam da megera e seu gênio terrível para ele, que fica ansioso para conhecê-la e se casar com ela. Logo no primeiro encontro, ele ignora as palavras rudes e as ofensas de Catarina, recebendo-as como carícias.



Aos poucos, Catarina se rende aos mimos e cuidados de Petrucchio. Aceita até casar-se com ele, porém com uma condição: não se entregará enquanto o mesmo não a agradar. O que faz com que Petrucchio redobre os cuidados com "Cata" e peça aos empregados de sua fazenda que façam o mesmo. Estes, já antes atrapalhados, se perdem ainda mais com as estranhas exigências - vários disfarces e outras ordens ainda mais loucas - de seus patrões.
Catarina acaba cedendo à Petrucchio, para o bem de todos e a felicidade geral da nação.

A história de Petrucchio e Catarina já teve várias adaptações. Dentre as minhas favoritas estão:

  • A novela O cravo e a Rosa (2000), onde o casal foi interpretado por Adriana Esteves e Eduardo Moscovis.


O filme Dez coisas que eu odeio em você (1999), no qual Julia Stiles é Kat Stratford (Stratford em referência à Stratford-upon-Avon, cidade natal de Shakespeare) e Heath Ledger é Patrick Verona (Verona: cidade onde nasceu Petrucchio, personagem correspondente na história original) e ambos frequentam o colégio Pádua (cidade cenário de A megera domada).No final do filme, a personagem de Julia Stiles recita um poema de sua autoria que teria sido inspirado em um Soneto de Shakespeare: "Na verdade não vos amo com os meus olhos, pois ele em vós mil erros notam. Mas meu coração ama o que desprezo agora que a despeito da visão deleitado adora."


Vou encerrar o post com o poema da Kat! Amo essa cena, e passei a amar ainda mais quando descobri que o choro dela lendo foi espontâneo!


"Eu odeio o jeito que você fala comigo,

e eu odeio o jeito que você corta seu cabelo.



Eu odeio o jeito que você dirige meu carro.

Eu odeio quando você encara. 

Eu odeio suas grandes e idiotas botas de combate, 


e o jeito que você lê minha mente. 

Eu te odeio tanto, que me faz ficar doente,

E até me faz rimar. 

Eu odeio que você está sempre certo. 

Eu odeio quando você mente. 

Eu odeio quando você me faz rir, 

até mais quando você me faz chorar. 

Eu odeio quando você não está por perto, 

e o fato de não me ligar... 

Mas ainda por cima eu odeio que eu não te odeio.

Nem perto, 

Nem um pouco, 

Nem só por te odiar."



FUN FACT: A Megera Domada é uma comédia escrita por William Shakespeare, na qual o objetivo é satirizar alguns costumes e tradições de sua época. Vale lembrar que quando Shakespeare escreveu a peça, a Inglaterra estava sob o comando de Elizabeth I, a Rainha Virgem, sendo esse o contexto histórico da obra. "Ridendo Castigat Mores" - com o riso se castigam os costumes - é o mote desse romance brilhante.

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